Páginas

16 dezembro 2011

A massai branca




Muitoooos dias sem postar. Como 97% da humanidade eu também estou correndo e trabalhando muito e mimimi. Mas esses dias estava pensando em um livro que li por acaso e gostei tanto que acabei baixando o filme. Então resolvi fazer uma indicação para o final de semana: A massai branca, meu caso de amor com um guerreiro africano, de Corinne Hoffman


O livro conta a estória de uma empresária suíça que vai passar as férias no Quênia com o namorado. Lá ela se apaixona por um guerreiro africano que nem inglês fala (nem ela, btw). Podia ser somente uma paixonite boba, mas ela volta para África para morar com o guerreiro e tem uma filha com ele. Se nos locais com cidade e tecnologia no Quênia, a burocracia e a disfunção do sistema (quando ela está tratando da documentação de  Lketinga ) já são apavorantes, imagine em uma pequena aldeia. Além da barreira de uma língua comum, eles tem costumes completamente diferentes: a tribo Masai localiza-se em um local de difícil acesso, a luta por água e comida é diária, eles vivem em cabanas feitas de esterco, não há banheiros, a pobreza é enorme, é praticada a circuncisão feminina, direitos femininos praticamente não existem, a higiene é terrível e ela fica doentes várias vezes. 
Corinne e a filha Napirai


Triste é que, conforme ela se sente em casa, seu desenvolvimento natural começa a causar problemas no relacionamento. A competição na relação que ocorre no ocidente porque o outro (geralmente a esposa) começa a se desenvolver - na carreira, vida pessoal, etc - e resulta em rompimento, acontece no livro de forma mais drástica: enquanto ela tenta tornar a vida dela e de todos mais confortável, Lketinga se ocidentaliza das piores formas.


Lendo o livro, acabei por perceber uma coisa que B sempre me diz: que a pessoa com mais discernimento ou maior compreensão em um relacionamento, "deve" ter mais paciência e ceder mais do que o outro para que a harmonia aconteça (no nosso caso, ele, com certeza). Corinne cede bastante, ela abandona toda sua cultura de mulher européia moderna, seu negócio, sua família, seus amigos e até certos valores, para que o casamento dê certo. Não é um livro sobre submissão feminina ou imposição masculina, é uma estória de um ser humano que ama o outro e quer que sua relação funcione.


Me impressionei com a estória por ela ser verídica, Corinne realmente passou por tudo isso e viveu quatro anos no Quênia. Ela teve uma filha com Lketinga e, após o sucesso de "A massai branca", ela escreveu mais dois livros: "Back from Africa" e "Reunion in Barsaloi", contando como foi sua vida ao retornar da África e como foi o reencontro com sua família africana anos depois.



Se você gostar muito do livro, vale a pena ver o filme do mesmo nome pra ter uma ideia mais clara das dificuldades e felicidades que Corinne viveu.


trailer do filme
Dá pra baixar o livro aqui. Um bom fim de semana...see ya


Imagens: amazon martacunha    

Siga o coelho aos outros posts:

Nenhum comentário:

Postar um comentário