Dia 31/08 é dia do blog…Pra comemorar eu vi no hypness uma proposta de
escrever sobre uma paixão na sua vida. Bom, amar eu amo B...amo o gato...amo a
família...mas a maior paixão que eu tenho é ensinar.
Quando eu fazia faculdade, tive um momento de desânimo
seguido por epifania ao pensar no meu futuro dentro da área. Pensei nos
prováveis empregos que eu teria e nenhum me atraiu. Pensei no que eu gostava de
fazer e lembrei dos dias em que eu dava aula. Bingo! Alguém poderia argumentar
que eu poderia dar aulas em faculdade depois que me formasse, mas veja, eu não
tinha como escrever meu TCC...imagine aguentar mestrado e doutorado? No way.
E foi assim que larguei a faculdade e me perdi no mundo.
Ensinar mesmo nada. Demorou um bom tempo pra eu transformar a vontade inicial
em plano, posteriormente em projeto e, finalmente em realização. O começo foi
complicado e eu, sem-vergonha de nascença, me vi sem palavras e constrangida
toda vez que me perguntavam algo que eu não sabia (na minha cabeça, que devia
saber). E vou confessar, com profundo
pesar, que desisti. Meu perfeccionismo não me deixou continuar e eu fugi.
Mas como a vida ensina, voltei. Melhor preparada, achava eu.
Mero engano. Professores nunca estão totalmente preparados. Sempre temos algo a
aprender, a ver de outro modo, a “re-pensar”. Me surpreendi. Gostei.
Desde então, cada aluno é para mim como a criança que
aprende a amarrar o sapato; cada laço é um conhecimento novo e, sair de sapatos
amarrados é a vitória de conseguir comunicar-se. Sinceramente, aprendi mais
sobre como ensinar do que propriamente ensinei. Cada aula é uma surpresa nova
porque nem a forma como você monta a lousa é igual e, ás vezes você
simplesmente vê que tem um jeito mais fácil de explicar aquilo que ninguém
entendia...
Esses dias li um pensamento interessante sobre meu ofício: “Educar
é libertar.” (Eugenio Mussak, Vida Simples de setembro/2013). Pensei muito
nisso porque acredito firmemente que, quando ensino um aluno a dizer: “I would
like to fly” eu não estou só ensinando-o uma língua, estou dando a chance do
aluno se expressar. Falando necessariamente do que eu ensino, uma nova língua é
todo um novo universo de códigos, cultura e tradições. Mostrar isso á outra
pessoa é ampliar o horizonte que ela tem e isso não tem preço.
Por isso, manteiga derretida que sou, me emociona
sinceramente quando um aluno para de errar um tempo verbal ou usa um modal sem
pensar ou simplesmente me diz “ah” quando expliquei pela vigésima vez. É só por esse “ah” que eu continuo fazendo
o que faço. Foi essa onomatopeia que me mostrou o que era paixão.
Imagens:
http://www.projects-abroad.co.uk/_photos/_global/photo-galleries/en-uk/ghana/_global/large/teaching-volunteer-in-ghana.jpg
http://pamojaplc.edublogs.org/files/2013/05/Tips-for-teaching-online-2az7u66.jpg
http://writerspenn.blogspot.com.br/2012/08/the-write-turn.html
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